domingo, 31 de março de 2013

Palavras de domingo de Páscoa

Acordei às 5 da madrugada e até agora o coelhinho não passou. Já procurei em todos os lugares e o meu ninho não apareceu. Será que ele esqueceu, ou achou que eu já estou “grandinha” e se preocupou com o colesterol, glicose, triglicerídeo e outras bobagens que não tenho? Fora de brincadeira, sou do tempo em passávamos a noite enfeitando os cestinhos com papel de seda, colorindo ovos de galinha com pastilhas coloridas fervidas em água e vinagre e, depois, delicadamente besuntadas com azeite para ficar com brilho. Juntávamos ovos de açúcar transparentes, enfeitados com glacê colorido e com uma figurinha de coelhinho, nunca mais vi esse tipo em lugar nenhum. Chocolate “de verdade” era muito pouco: um coelho grande e pequenos ovinhos maciços. É... O tempo passou... Hoje, somos escravos de um comércio ávido. Os presentes são micros e macros equipamentos eletrônicos, quem sabe um carro zero com IPI reduzido. A isso se dá o nome de renovação, modernização de comportamento do mundo capitalista. É triste reconhecer que, opinião de quem já viveu um tempão nesse mundo, se perdeu o sentido verdadeiro da Páscoa. A Páscoa deveria ser dia de vitória, de deixar ressurgir os bons sentimentos que nos esquecemos de expressar no corre-corre deste mundo louco. Vamos pascoar modernamente juntos? Via Face, Vivo, Claro, Tim, Oi e outros mais, desejo uma feliz e abençoada Páscoa aos amigos de todas as querências! E o meu coelhinho? Até agora, nada!

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Cada ano uma postagem... Este blog é como a música: "assim caminha a humanidade, com preguiça e sem vontade". Ano novo, vida nova! Será??? Lá se vai 2012, levando as tristezas, mágoas e desilusões, deixando para 2013 a responsabilidade de apagar o que não foi bom e ativar as expectativas. Coitado do 2013! Com o passar do tempo, muito, por sinal, fui mudando os meus quereres e reavaliando as mazelas que a vida me impôs. Ah! O tempo! Ele é ainda o melhor remédio! Com o seu passar rápido, consegui entender que agora já vivo no futuro do presente e não no futuro do pretérito. Que a felicidade é aquela que se tem e não aquela que se quer ter. Que a vida é maravilhosa quando se acredita naquilo que se faz, assume-se a idade, mira-se no espelho e reconhece que o tempo passou para o corpo, mas continua incólume no espírito. É assim que me sinto: plena, ativa, entristecida às vezes, mas feliz por estar viva e trabalhando, contribuindo, de alguma forma, para o futuro de outros e pelo meu também. Gostaria de tirar todas as responsabilidades de 2013 em relação à minha felicidade. Eu assumo toda a responsabilidade. Quero ser feliz em qualquer tempo, em qualquer ano, sem pensar que mudar o número mudará a minha vida. Na verdade, não gostaria que nada mudasse, está de bom tamanho, e não se mexe em time que está ganhando. Contudo, se vier algo novo e muito bom, estou disposta a aceitar. Desejo a todos que o ano que se inicia seja de muita paz e prosperidade. Que venha 2013! Feliz Ano Novo!

domingo, 22 de janeiro de 2012

PRECISAMOS TER AMANTES!!!

Psicodramatista, escritor argentino e Gestalt-terapeuta nascido em Buenos Aires em 1949 em uma família modesta no bairro da Floresta, ele se formou como médico em 1973 na Universidade de Buenos Aires, especializado em doenças mentais no serviço de ligação do hospital Pirovano, de Buenos Aires e da clínica Santa Mônica. É psicoterapeuta de casais e adultos e atualmente, seu trabalho como ajuda profissional, como ele define, é dividido entre as suas conferências de ensino terapêutico, que emite vários anos viajando pelo mundo, e da divulgação de seus livros em ferramentas terapêuticas do autor. Amante é "alguém!" ou "algo" que nos faz "namorar a vida" e nos afasta do triste destino de "ir levando"!.. Quem é o seu amante? (Jorge Bucay – Psicólogo) Muitas pessoas têm um amante e outras gostariam de ter um. Há também as que não têm, e as que tinham e perderam. Geralmente, são essas últimas que vêm ao meu consultório, para me contar que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insônia, apatia, pessimismo, crises de choro, dores etc. Elas me contam que suas vidas transcorrem de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver. e que não sabem como ocupar seu tempo livre. Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente perdendo a esperança. Antes de me contarem tudo isto, elas já haviam visitado outros consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme: “Depressão”, além da inevitável receita do antidepressivo do momento. Assim, após escutá-las atentamente, eu lhes digo que não precisam de nenhum antidepressivo; digo-lhes que precisam de um AMANTE!!! É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem meu conselho. Há as que pensam: “Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa dessas”?! Há também as que, chocadas e escandalizadas, se despedem e não voltam nunca mais. Para aquelas, porém, que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico o seguinte: “AMANTE é aquilo que nos apaixona”; é o que toma conta do nosso pensamento antes de pegarmos no sono; é também aquilo que, às vezes, nos impede de dormir. O nosso “AMANTE ” é aquilo que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta. É o que nos mostra o sentido e a motivação da vida. Às vezes encontramos o nosso ”AMANTE” em nosso parceiro. Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no esporte, no trabalho, na necessidade de transcender espiritualmente, na boa mesa, no estudo ou no prazer obsessivo do passatempo predileto… Enfim, é “alguém” ou “algo” que nos faz “namorar a vida” e nos afasta do triste destino de ir levando. E o que é “ir levando”? Ir levando é ter medo de viver. É o vigiar a forma como os outros vivem, é o se deixar dominar pela pressão, perambular por consultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, afastar-se do que é gratificante, observar decepcionado cada ruga nova que o espelho mostra, é se aborrecer com o calor ou com o frio, com a umidade, com o sol ou com a chuva. Ir levando é adiar a possibilidade de desfrutar o hoje, fingindo se contentar com a incerta e frágil ilusão de que talvez possamos realizar algo amanhã. Por favor, não se contente com “ir levando”… Seja também um amante e um protagonista DA SUA VIDA! Acredite: O trágico não é morrer; afinal a morte tem boa memória e nunca se esqueceu de ninguém. O trágico é desistir de viver… Por isso, e sem mais delongas, procure algo para amar… A psicologia, após estudar muito sobre o tema, descobriu algo transcendental: PARA ESTAR SATISFEITO, ATIVO E SENTIR-SE JOVEM E FELIZ, É PRECISO NAMORAR A VIDA.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Presépio de papel

Presépio de papel O pinheirinho de Natal lá de casa, no tempo da minha mãe, tinha um presépio de papel. Era uma figura colorida, vasada, que depois de montada, ficava em pé, encostada na lata do pinheirinho que era coberta por papel crepom verde escuro. Para mim significava o nascimento de Jesus. Lá, estava ele na manjedoura. Em volta, seus pais, os reis magos, os presentes, os animais e uma estrela bem no topo da armação. Uma mistura de significados que eu ainda não tinha condições de entender. Por muitos anos, muitos mesmo, o presépio permaneceu lá, inerte, mas movimentando a minha mente, a ponto de não ter sido esquecido 60 anos depois. Hoje, consigo entender que significava uma família. Pai, mãe e o filho, dádiva divina, discutível é verdade, mas era Deus indicando a união, o amor e a caridade em forma de alegorias que só agora percebo. Os filhos deveriam ser uma dádiva divina, um presente que ficasse conosco para toda a vida, no entanto, o mesmo Deus que dá ou empresta, um belo dia recolhe o presente. Tem o filho que se afasta, vai seguir o seu caminho e não volta nunca mais, porque ainda não entendeu, também, ainda não tem 60 anos e não conheceu o presépio da minha infância. Como crucificar? Ah! E o filho doente? Diz o ditado que a mãe gosta mais do filho doente, do filho que está longe e do filho perdido. Puxa vida! Como eu consigo me enquadrar em todos os casos? Certamente é porque gosto de todos eles com a mesma intensidade. Quanto ao filho doente, dessa vez a coisa foi diferente, o Natal trouxe-o de volta pra casa, recuperado. Grande presente do Papai Noel ou Papai do Céu! O presépio estático se movimentou, tomou forma de família e reviveu a esperança. Acredito que foi por isso que eu me lembrei da minha infância, do pinheirinho, do presépio de papel. Ou talvez nunca tenha me esquecido, ele permaneceu latente nas minhas lembranças todos esses anos. Agradecer a benesse recebida em 2011 seria muito pouco diante da minha felicidade. Se ainda falta aparar arestas, no meu caso, só um presépio de papel para resolver. Embora a vida demonstre que muito poucos conseguem manter a família unida, a mensagem continua sendo enviada, não mais pela figura imóvel daquele presépio, mas por caros e sofisticados meios dinâmicos. Feliz Natal! / 2011 Dóris

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Identificação

SEISCENTOS E SESSENTA E SEIS
A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
Quando se vê, já é 6ªfeira...
Quando se vê, passaram 60 anos...
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem - um dia - uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
seguia sempre, sempre em frente ...

E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.
Mario Quintana (In: Esconderijo do tempo)